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Entenda os limites entre a liderança e o poder

 É comum as pessoas confundirem liderança e poder. Embora sejam parecidos, compreender a diferença de conceitos é fundamental para alcançar resultados satisfatórios, tanto no campo profissional como no pessoal. A liderança é a arte de comandar e atrair pessoas, influenciando de forma positiva no comportamento e nas atitudes delas. Já poder significa soberania e direito de deliberar.


De acordo com Norberto Chadad, CEO da Thomas Case & Associados, muitas vezes as pessoas exercem poder sobre as outras inconscientemente. “Um olhar de censura para alguém que tenta invadir uma fila sem a autorização ou virar o rosto para demonstrar repúdio a um comportamento indecoroso podem ser considerados alguns exemplos”, analisa.?


O profissional aponta uma citação do francês Michel Foucault no livro “Microfísica do Poder” para justificar a sua afirmação. No livro, o autor diz que todas as pessoas exercem o poder com pequenas ações. “Para Foucault, há expressões de poder em todas as pessoas, e não apenas naquelas revestidas de autoridade ou de mando. Logo, elucidamos que o poder existe nas maiores questões sociais, mas também nas menores ocorrências do dia a dia”, justifica Chadad.


Em contrapartida, o especialista afirma que, em muitas situações, o poder é consciente. “No meio corporativo tem gente que não perde a oportunidade de cutucar um companheiro de trabalho ou um subordinado, criticando assuntos simplistas, como o nó da gravata, a cor do vestido, o corte de cabelo”, exemplifica.


Estas atitudes têm o objetivo de diminuir e menosprezar o outro, também como uma forma de poder. “Muitas vezes, a estratégia é levar ao chefe informações sobre qualquer deslize – real ou inventado – de outra pessoa, com isso ficando mais próxima do núcleo de comando. Claro que essa maledicência tem sucesso somente quando o chefe tem caráter fraco ou autoritário”, afirma.

No entanto, ele defende que essas atitudes não significam liderança. “Liderar é unificar atitudes em torno de uma ideologia. E o poder, por si só, não é ideológico, é apenas instrumental”, diz. Para Chadad, liderar não requer vigilância, mas persuasão. “A vigilância hierárquica do cartão de ponto, do desconto em folha por causa de atrasos ou coisas parecidas são manifestações de poder, e não de liderança. Quem segue o líder, convencido de que ele está no caminho correto, não precisa ser vigiado”, define.


O especialista finaliza afirmando que no ambiente corporativo, o líder precisa inteirar o que cada um pode oferecer de melhor e em que dimensão. “A partir desse conhecimento relativo, o comandante distribui tarefas em conformidade com as capacidades e energias, entendendo limites individuais. Ele programa, planeja, delega, controla e, se necessário, cobra resultados. Sempre respeitando limites. Isso é liderança. E o líder, assim, adquire poder, com toda a naturalidade e merecimento”, conclui.



Informações: Thomas Case & Associados

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