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Como utilizar o 13° salário?

Muitas pessoas reservam o 13° salário para pagamento de dívidas. Apesar de se tratar de uma medida compreensível, a maioria comete um grande erro, pois ao pagar tudo o que se deve impulsivamente, esquecem de um princípio fundamental da educação financeira: planejamento para se atingir objetivos. 


O educador financeiro, Reinaldo Domingos, explica que ao receber o dinheiro, o primeiro passo é fazer um diagnóstico da atual situação financeira. "Mesmo que não seja possível analisar de forma ampla, é fundamental levantar os principais gastos mensais e contas fixas", recomenda.


Veja as orientações do especialista:


Endividado e inadimplente




Todas as pessoas que assumem um financiamento têm uma dívida. "Por exemplo, se você tem prestações de uma casa financiada para pagar, você está endividado. Porém, se o seu crédito foi usado de forma consciente e planejada é possível comprar o que deseja", explica. Por isso, é fundamental avaliar se a situação de endividamento está sob controle ou se já está descontrolada, ocasionando a inadimplência. "A inadimplência ocorre depois que o consumidor se compromete com o pagamento de algum valor em uma determinada data, contudo, não consegue realizar dentro do prazo", ratifica.


Em função disso, ocorrem cobranças, tendo até o risco de o consumidor ter seu nome em lista de devedores de alguns órgãos, como Serasa e SPC. "Neste caso, é interessante que, dentro de um planejamento, se utilize o dinheiro extra para esse pagamento. O inadimplente deve negociar os valores com os credores e buscar um consenso. Porém, é importante que o valor definido esteja de acordo com o orçamento mensal. Além disso, é fundamental readequar o padrão de vida, para que o problema não se repita futuramente", aconselha.


Considera-se inadimplência as dívidas em atraso por mais de 90 dias. "Ou seja, os endividados, mas não inadimplentes, podem utilizar o décimo terceiro para concretizar objetivos, desde que honrem os seus compromissos e que os valores estejam de acordo com o orçamento mensal", detalha.


Equilibrados financeiramente e poupadores


Aos que não devem, mas também não poupam, o educador recomenda muita cautela, pois qualquer descontrole poderá fazer com que se torne um endividado e até inadimplente, da noite para o dia. "Pelo menos uma parte do 13º deve ser poupado e investido, com o objetivo de formar uma reserva financeira. Assim, começará a criar o hábito de poupar para realização de sonhos também".



Para os poupadores, mesmo que em pequenos valores, a melhor opção para utilizar o 13º é continuar investindo, tendo sempre um objetivo, seja ele comprar uma casa, trocar de carro ou fazer uma viagem, possibilitando a compra à vista obtendo descontos. "A conclusão que podemos tirar é que dinheiro extra na economia, sem dúvida nenhuma, é muito positivo, desde que utilizado de maneira consciente, planejamento e com educação financeira", conclui.



Fonte: Reinaldo Domingos, educador financeiro

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